No centro da 2ª
página do Sagrado livro da Sabedoria,
está escrito
com letras cor de rosa, sobre fundo branco, cristalino, transparente, que irradia e absorve todas as cores e todos os tons, com os mais variados brilhos. Em consagrado mistério de comunhão.
Aqui tudo se dá e tudo se recebe,
com alegria, com plena compreensão.
Na
lª página, um espelho que tudo
reflecte, diz com voz
poderosa e altissonante, propagando-se num
cântico sempre
renovado; que atravessa galáxias,
estrelas, planetas,...;
corpos, órgãos, células,...;
moléculas,
átomos, electrões,...; percorrendo
hierarquias e
hierarquias, de consciência, de vida,
de aparência,...:
Na 3ª página,
que é absolutamente invisível,
conscientemente se
manifesta e se percepciona a
primeira e última sentença:
A 4ª página
está em branco, à espera que
tu, que tu e eu, que eu e
tu, que nós, a escrevamos.
Porém, já algo
se vislumbra:
Neste centro sublime, menor que um ponto
e maior
que o Universo, todos os contrários
se transmutam em
complementares, e a paz se restabelece.
Tudo flui em
maravilhosa ordem, aperfeiçoando os
corpos de todos os
seres.
Correntes anímicas fazem involuir
e evoluir os
espíritos emanados do Espírito.
A profunda e
ampla, concentrada e difusa, íntima
e generalizada, serena e
dinâmica atenção, é
o que mais caracteriza
este estado de consciência.
A 5ª página
é-te especialmente dedicada, lê-a
como se dela e de cada
letra irradie uma diáfana e
brilhante luz verde esmeralda:
Ser pontual é ser como um ponto, é ser espírito.
Só o espírito é realmente pontual, só o espírito tem a faculdade de estar no exacto local do espaço e no preciso instante do tempo, para assistir e presidir à correcta coordenação dos movimentos da alma e fazer com que o corpo viva com a correspondente coerência, promovendo a harmonização, ajustando os relacionamentos entre as partes, e destas com o todo.
Espírito-alma-corpo, a indissolúvel trindade em tudo e todos presente.
Na relatividade do tempo-movimento-espaço toda a comunicação é ordenada, todos estão sujeitos à lei, ao equilíbrio, à complementaridade, todos recebem as devidas reacções das correspondentes acções, e todos participam no grande encadeamento de causas-efeitos. Todos são, melhor ou pior, mais ou menos, conscientes e, em conformidade com essa consciência, assumem as respectivas responsabilidades. Assim, através da comunicação entre todos os viventes, se propaga a maravilhosa Corrente da Vida.
Viver disciplinadamente é participar no fluir deste hierarquizado sistema.
A hierarquia é o sustentáculo da ordem, é a estruturação basilar do sistema e de todos os sistemas no Sistema, de todos os corpos no Corpo, de todas as almas na Alma e de todos os espíritos no Espírito.
Espírito, alma e corpo, 3 aspectos do ser, 3 níveis de consciência, 3 planos hierárquicos, que se entrosam uns nos outros. Neste fecundo intercâmbio, neste amoroso dar e receber, nesta dinâmica comunicação está o Sustentáculo da Vida. Pela qualidade e quantidade com que efectuam as trocas é estabelecida a hierarquização dos seres no Ser. Pelo grau de consciência com que manifestam e percepcionam essas trocas, é definida a sua relativa responsabilidade em cada nível de consciência.
Ser consciente é ter a faculdade de percepcionar a própria manifestação. Manifestar-se é expandir-se a si mesmo, é transferir a própria essência viva para cada ponto do espaço, vivificando-o, estimulando-o, promovendo a sua auto-vibração.
Manifestar-se é dar o ser que se é, para que aqueles que já existem e a quem nos damos, venham a ser melhor e mais conscientes. Manifestar-se, dando-se a si mesmo, é Amar.
Pela continuidade da manifestação, pela transmissão da consciência e pela comunicação do amor se sustentam todos os seres no Ser.
Pela continuidade da comunicação se reproduzem acções e reacções, assim, cada consciência, cada nível, cada grau, cada estado de consciência, na Consciência Una, porque herda e reproduz as faculdades da Consciência Original, pode percepcionar as reacções às suas próprias e particulares manifestações e, portanto, aprender, aprender a viver, aprender a amar, aprender a ser.
Porque a involução-evolução da vida do ser se processa de modo gradual, estruturada pela sucessão dos ciclos de manifestação-percepção, que geram vários ritmos no tempo, cada um com a sua velocidade e duração, como cada expansão pode abranger vários sectores do espaço, e como, essencialmente, a manifestação dum ser equivale à transferência das suas propriedades para outros seres predispostos a recebê-las, correspondendo a cada ciclo de manifestação-percepção, com a sua duração e amplitude, um específico estado de consciência, qualitativa e quantitativamente definidos. Assim são hierarquizados os seres que comportam em si esses níveis, graus e estados de consciência. A cada um corresponde um determinado potencial de reacção-acção e de acção-reacção no tempo-movimento-espaço Cada 'grande' ser tem a potencialidade e a responsabilidade de estimular todos os médios e pequenos seres que estão dentro do seu particular campo de percepção-manifestação Cada pequeno e médio ser tem a relativa liberdade, condicionada pelo que ele próprio é e incorpora, de reagir positiva ou negativamente a esse estímulo, harmonizando-se ou revoltando-se com essa vida maior, na qual está, consciente ou inconscientemente, incluído. Cada particular ser tem a possibilidade de comunicar e influenciar os vários seres a quem se dirige, tanto os semelhantes, como os menores e até os maiores (tendo em consideração não apenas a dimensão, mas sobretudo a consciência) e todos e cada um têm a faculdade de reagir e inter-reagir de diversos modos às várias influências.
Todos se manifestam e todos percepcionam, porém cada um à sua maneira, segundo o seu nível, grau e estado de consciência. Pela análise e síntese das experienciações se vai desenvolvendo a Consciência. Pelo ajustamento da correcção dos relacionamentos se vai desenvolvendo e estabelecendo a Harmonização da vida nos seres, se vai fluindo no Amor e comungando da felicidade do Infinito.
Ser pontual o disciplinado é ser o Infinito em manifestação-percepção-consciencialização, é ser livre ao cumprir a própria ordem, é fluir em todos os mundos...
Possa eu, todos os
seres que em mim são e todos os seres
em que eu sou, viver em
sagrada pontualidade e consagrada disciplina,
estando sempre no
exacto local e no preciso momento, a desenvolver
o necessário
e útil movimento, para que haja ordem
e harmonia, amor e
felicidade, providência e liberdade,
em todos no Todo...
Que
me sensibilize com a realidade, que sinta
o amor, que compreenda a
Verdade, que intua a harmonia, que inteligencie
o movimento, que
saiba do espaço, que possa com o tempo...
Que me
apeteça o desejo, que deseje o querer,
que queira a intenção,
que intente a
determinação, que determine
o
desígnio, que designe a vontade...
Que a vontade se
manifeste no ser unificado em espírito,
alinhado pela alma e
corporalmente sincronizado...
Que a comunhão dos seres
no Ser e do Ser nos seres se torne maravilhosamente
melhor e mais
consciente
Que a Vontade do Infinito se cumpra no
finito...
Na 6ª
página encontra-se a augusta evocação-invocação:
Na 7ª página,
que tem todos os tons e brilhos, do roxo
e do violeta, desde o mais denso ao
mais
subtil, e do mais subtil ao mais denso, consegue-se
perceber o seguinte:
Por maior e mais profunda que seja a
revelação, o mistério
permanece...
Há
frases dentro de frases, palavras dentro
de palavras e letras dentro
de letras...
Há imagens dentro das formas e arquétipos
dentro das imagens...
Há vida dentro das aparências
e consciência dentro das vidas...
Enquanto procuras não
encontras...
Se não procurares como é que
hás-de
encontrar...
Afinal o que, quem, como, onde, quando
procuras...
Afinal quem procura...
Afinal o que, quem,
como, onde, quando encontras...
Afinal quem encontra...
Uma
boa maneira de se encontrar uma agulha num
palheiro, é
utilizando um forte magneto...
A força do magneto
reside na sua diferenciação
polar...
Mas é
no centro que se encontra o equilíbrio
coordenador...
A
verdadeira magia é tão natural
como o
respirar...
Vazio e plenitude...
Dar e
receber...
Participar...
Viver...
Ser...
Executar
cada tarefa... de cada dia... com a atenção...
requerida... à consciência...
que vive...
na
Consciência...
Consciencializar... a parte... no todo...
e o todo... na parte...
Infinitamente... perscrutar o
finito...
Na 8ª página, que faz de
capa, pode-se encontrar o seguinte princípio:
O Livro
da Sabedoria
não é propriamente um
livro,
convém que não haja ilusão
com a
relatividade das aparências,
porém aí está
registado tudo o que aconteceu,
acontecerá e está
a acontecer.
Ele destina-se a todos e todos lhe são
destinados.
Cada um pode lê-lo em qualquer altura.
Ele
adapta-se às necessidades e capacidades
do leitor.
Em
cada uma e em todas as suas páginas
deve-se descobrir a
síntese de múltiplas análises.
Talvez que
a melhor maneira de o ler, seja com os olhos
fechados e o coração
aberto.